Sucesso é uma palavra complicada. Sucesso é subjetivo e pessoal. Combinar "Sucesso" com "Startup" é quase que "chamar para a briga". Foi o que fizemos!
Quando se fala em startup, cada um imagina uma coisa diferente. Uns pensam nos unicórnios, as empresas que valem USD1 bi e se lembram da 99 Taxi, considerado o primeiro unicórnio brasileiro. Outros pensam no sobrinho sonhador, começando a empreender.
Quando eu penso em uma startup, eu penso em uma empresa nova. Nova porque foi recém fundada (e recém pode ser até 2 anos, até 5 anos, ou ainda mais dependendo da indústria) e nova porque seu conceito é novo. Por empresa nova, entenda-se que não tem track-record e não tem benchmark.
Mas a empresa não fica sem track-record para sempre - em algum momento o "record" começa a "track". É claro que eu concordo que cada decisão é importante e o track-record começa no t=0, mas para sermos um pouco mais rigorosos, especialmente se impusermos algum viés de finanças, consideramos que o jogo começa mesmo quando a startup faz a sua primeira venda. Antes disso é pré-jogo, ou treino. A primeira venda é um dos maiores marcos da empresa porque requer que duas condições sejam atendidas: i) a startup tem um produto/serviço para vender (o que nem sempre é verdade) e ii) algum louco, além dos malucos dos empreendedores, acreditou na Startup e aceitou pagar pelo seu produto/serviço.
O outro fator que consideramos foi sobreviver 3 anos - outro grande feito. Apenas 58% das novas empresas no Brasil estavam ativas depois do segundo aniversário, índice provavelmente pior para startups.
E assim nasceu a nossa definição de sucesso de empreendedor de startup: i) sobreviver 3 anos, e fazer uma venda neste período. Simples, objetivo, mensurável e imperfeito - eu sei.
Perguntamos para mais de 400 empreendedores de startup brasileiras para menos de 100 responderem quais são as suas características empreendedoras. Tentamos descobrir o que os empreendedores de sucesso tem de diferente dos demais empreendedores. Não conseguimos descobrir pois nossos testes estatísticos se provaram insignificantes - a amostra é muito pequena. Mas temos alguma ideia...
O universo de dados que coletamos sobre o empreendedor de startup no Brasil é muito rico, e todo este trabalho gerou um artigo acadêmico que foi aceito, publicado e apresentado na SEMEAD XXI na FEA/USP. Estamos muito orgulhosos... O vídeo de 2 min ilustra nossa apresentação. Clique e assista aqui.
Descobrimos que os empreendedores de startup brasileiras foram e estão sendo bombardeados de pesquisas, da academia, de consultores, de prestadores de serviços, de investidores - eles não aguentam mais!!
Registro aqui os meus mais sinceros agradecimentos àqueles que toparam investir 11 minutos para responder a nossa pesquisa - foram os 11 minutos mais chatos do seu dia naquele dia, mas fizemos muito bom uso dele. Estamos extremamente gratos. Agradecemos também aos professores e orientadores BERNADETE DE LOURDES MARINHO e JOSÉ ROBERTO FERREIRA SAVOIA.
O artigo completo está disponível nos anais da conferência, mas se preferir, deixe seu email nos comentários abaixo que eu o mandarei pessoalmente para você.
José Securato é CFO do digio, trabalha em investment banking, fusões & aquisições, valuation e capital raising desde 1998 e fundou a Saint Paul Advisors em 2013.
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